A utilização de materiais fibrosos em determinadas matrizes tem como preceito inicial aumentar a capacidade de deformação, a resistência a fadiga, impacto e controlar fissuras.
Os Egípcios acrescentavam palha na matriz de argila para fabricação de tijolos conseguindo assim maior resistência àflexão e, consequentemente, uma boa manipulação após seu cozimento. Conseguindo comprovar esta nas sagradas escrituras, “Naquele mesmo dia o Faraó deu esta ordem aos inspetores do povo e aos capatazes: não continueis a fornecer palha ao povo, como antes, para o fabrico dos tijolos” Livro dos Êxedo 5, -7.
Podemos também citar a utilização de crina de cavalo ou palha na construção de revestimentos em construções mais pobres para evitar fissuras de retração, forros em gesso armado com trançado de bambu, dentre tantos outros aplicados pelo homem. Podemos ainda citar a utilização de sisal, casca de coco, celulose na produção de tijolos, telhas e cochos.
Em palestra do Prof. Marco Antônio Carnio, este apresentou um caso emblemático da utilização de fibras, aonde ele pode presenciar um João de Barro (pássaro) se utilizando de fibras sintéticas, que havia se espalhado de uma obra devido ao vento, para criação de sua casa ao invés das tradicionais vibras vegetais (gravetos, folhas, etc), para tanto, fica a reflexão da capacidade e percepção deste pássaro quanto a escolha intuitiva dos materiais a serem utilizado em sua obra de engenharia. Cabendo a nós nos abrirmos para novas tecnologias ou aprimoramento desta.
Uma das primeiras normas a parametrizar desempenho de fibras em matrizes de concreto foi a JSCE-SF4 – Método de ensaio de resistência e tenacidade à flexão de concreto reforçado com fibras, datada de 1984, porém os primeiros estudos científicos quanto a este tipo de tecnologia datam dos anos de 1950 a 1960.
Sucedem como referencia normativa a JSCE-SF4 (1984) a EN 14651 (2007), ASTM C1399 e ASTM C1609 (2010) como referencia de calculo estrutural.
No Brasil de acordo com a ANAPRE (Associação Nacional de Pisos e Revestimentos Industriais) em pesquisa de mercado realizada agosto de 2012, apenas 14% dos pavimentos de concretos são realizados como reforço de fibras de aço e macrofibras sintéticas contra 82% de tela soldada. Podemos diante destes dados afirmar que a utilização de fibras é uma realidade.
A evolução das fibras e os estudos de sua utilização parametrizados em normativas induzem a engenharia a novos horizontes de calculo e de soluções.