A alcalinidade do concreto deriva das reações de hidratação dos silicatos de cálcio (C3 S e C2S) que liberam certa porcentagem de hidróxido de cálcio Ca(OH)2, podendo atingir cerca de 25% (~100 kg/m3 de concreto) da massa total de compostos hidratados presentes na pasta Essa base forte (Ca(OH)2 dissolve-se em água e preenche os poros e capilares do concreto, conferindo-lhe um caráter alcalino. O Ca(OH)2 tem um pH da ordem de 12,6 (àtemperatura ambiente)
Tanto uma solução acida como alcalina pode ser considerada corrosivas para determinados tipos de materiais que podem ou não sofre perda de massa ou alteração em seu comportamento mecânico, físico e até mesmo molecular.
Pois bem o que isto interfere diretamente nas macrofibras?
Para avaliar o desempenho de uma macrofibra inseridos em uma matriz de concreto são avaliados diversos parâmetros, porem o principal é sua capacidade de resistência residual.
Ponderando que uma determinada macrofibra possa não ter resistência ao meio alcalino, sua composição molecular pode sofrer um ataque químico e perder eficiência, quanto sua resistência a tração, consequentemente reduzindo a sua capacidade de suporte.
Do mesmo modo, mas ponderando uma possível perda de massa devido a um ataque química, a sua ancoragem ficará comprometida, assim sendo, quando submetida a uma determinada tração a possibilidade dela sofre um escorregamento é quase que inevitável, perdendo, portanto, sua função estrutural.
Ponderaria ainda mais, a real eminencia desta matriz adquirir mais espaços vazios, devido a perda de massa, este concreto teria características de resistência inferiores a um concreto sem nenhum reforço estrutural, podendo levar-se em consideração dentro deste conceito tanto as macrofibras como as microfibras utilizadas para controle de retração plástica.
Independente da maneira como o agente alcalino poderá agir na macrofibra o resultado final será a perda de eficiência e consequentemente o sistema macrofibra x concreto pode ser prejudicado e sofrer um colapso quando for carregado.
Com esta eminente preocupação da engenharia em saber se as macrofibras comercializadas no mercado são álcali resistente a ANAPRE CF 001/2011 – Macrofibra sintéticas para pisos industriais – Especificações – resumidamente apresenta o seguinte ensaio.
1 – Inserir 10 gramas de macrofibra em uma solução de hidróxido de sódio (ph 14) durante 30 dias, a uma temperatura de 60°C.
2 – Após este período lava-se bem as fibras e faz-se uma nova pesagem.
3 – Verifica-se em porcentagem qual foi a perda de massa.
DM (%) = Perda de massa da macrofibra (%)
Mi = Massa inicial da macrofibra (g)
Mf = Massa final da macrofibra (g)
Entende-se como uma boa performance de fibra aquelas que tem uma perda de massa inferior a 2%.
Este simples ensaio proporcionalmente equivale a um período de tempo de 100 anos de uma macrofibra inserida em um meio alcalino tal como o concreto.
Perceba que uma macrofibra pode apresentar um desempenho satisfatório inserido numa matriz, quanto ensaiada em normas tal como ASTM C 1609, EN 14651, e tantas outras, porém estes resultados são aferidos com a idade de 28 dias, não representando sua eficiência ao longo do tempo, para tanto eis a importância do ensaio de resistência química em meio alcalino, pois se a macrofibra se manter estável os resultados de desempenho também o serão.
Este artigo tem como objetivo alertar a quem for de interesse a devida importância a ser dada quanto as características de resistência química de uma macrofibra.